John William Waterhouse nasceu em 6 de abril de 1849. Foi um pintor famoso por seus quadros representando personagens femininas da mitologia e da literatura. Filho de artistas nasceu na Itália, mas mudou-se quando jovem para a Inglaterra. Suas primeiras pinturas foram influenciadas pelo neoclassicismo vitoriano. Se no princípio da carreira se dedicou a temas da Antiguidade Clássica, mais tarde debruçou-se por temas literários, sempre com um estilo suave e misterioso. Morreu em 10 de fevereiro de 1917.
Appreciate Waterhouse
O blog mostrará uma modesta biografia do pintor, em seguida, serão feitas análises, primeiramente, de modo objetivo, descrevendo o que está visualmente explícito nas obras e posteriormente, será feita uma análise subjetiva, interpretativa, sobre o que a imagem, o contexto provoca no leitor. Appreciate (italiano), significa apreciar, portanto, aprecie as duas seguintes obras, A Dama de Shallot e Santa Eulália, do aclamado pintor neoclássico John William Waterhouse.
sexta-feira, 29 de março de 2013
Análise Descritiva:
O pintor retrata uma moça de face alva, mechas
capilares compridas soltas e loiras com uma tiara feita supostamente do mesmo
tecido do vestido, posta em seus cabelos rodeando sua fronte. Trajando uma
veste branca descrevendo curvas ondulantes sobre o pequeno corpo, parte da vestimenta
recobre o braço totalmente, entorno destes há uma faixa com composição
quadricular em cores douradas. Ao redor do pescoço da jovem há três colares
revestidos em dourado rente a gola do vestido, há uma tira negra de largura
mediana feita de tecido, couro ou outro material, que se passa em torno da
cintura com uma só volta e que é atada ou presa com um laço ou outro fecho.
A embarcação na qual a moça encontra-se é
negra, possui uma inscrição desconhecida e nela, além das mantas, há três velas
alvas e apenas uma contém labareda. Próximo à proa há um pequeno crucifixo onde
a imagem de Jesus foi retratada, também se sucede um detalhe talhado em cor
dourada desenhado de forma sinuosa onde predominam as curvas e atado a ele há
uma candeia prateada delineada por curvas suaves e requintadas, envidraçada, que
fornece uma luz de pouca intensidade.
Análise Interpretativa:
A feição da bela jovem de
tez alva e lábios em tom coral, aparenta aflição, agonia e melancolia,
sensação de desgosto, enfado, ou vazio, sem causas objetivas claras. Produzido
por algo que tende a se arrastar, prolongando-se demasiadamente. As madeixas
douradas recaem sobre seus ombros atingindo a cintura e aparentam esvoaçar
conforme a brisa. E assim como seus cabelos, ela é adornada por peças
artisticamente banhadas a ouro, trabalhadas com requinte minucioso. Ostentando
nobreza e/ou valiosa fortuna. Que sugere ou
evoca felicidade que tem bela, mas, ilusória aparência idealizada.
A veste branca torna a figura feminina pura,
inocente, que denota candura. A corrente em sua mão faz alusão há um grilhão ao
qual a moça é aprisionada a pequena ilha.
Os dois
pardais que planam entre a vegetação aquática próxima a moça representando a
docilidade, pacificidade e singeleza a qual é apreciado na composição em que os
personagens figuram-se na ação.
As águas de coloração
escura, carregadas de negrume e leves azulados são tranquilas, parecem absorver
todos os raios luminosos visíveis incidentes. Fazem alusão a algo difícil,
perigoso que envolve a pequena porção de terra. A pequena ilha é acessível
apenas por uma breve escadaria que possui entre outros tons foscos que conduzem
a um ambiente de escassez de iluminação, determinado pela vegetação densa que
induz ser úmido. Oriundo de um desequilíbrio físico, que apresenta alguma
anormalidade, languidez.
Análise Descritiva:
Esta obra nos leva a analisar, primeiramente, a
figura de uma jovem mulher, morta, com os braços abertos em forma de cruz, o
corpo sobre o chão coberto de neve. Seus cabelos são ondulados e estão
soltos de maneira embaraçada sobre o chão. O tronco superior da jovem está
despido, sendo que metade de seu corpo está coberta com uma manta vermelha com
vários flocos de neve. Ao seu redor estão vários pombos de cores branca e
cinza. Várias pessoas parecem estar assustadas e estão se aproximando para
vê-la. Estas se aproximam revestidas de vestimentas Greco-romanas, há soldados
de armaduras que caracterizam o estilo romano, observadas por seus elmos
vermelhos e mantas de mesma coloração. Os soldados adotam posturas rígidas.
Podemos perceber ao fundo da imagem, construções
da arquitetura clássica, com a presença de capitéis do estilo dórico (as
colunas e os orçamentos são simples e maciços) e o estilo jônico (as colunas e
os orçamentos tem mais leveza e são mais ornamentados que a dórica). Atrás
dessas colunas, algumas pessoas estão escondidas, observando toda a cena
apresentada. Bem à frente da moça jazida ao chão, há uma pessoa de joelhos com
uma coberta branca sobre a sua cabeça e com as mãos cruzadas. Várias pessoas
estão trajando peças com cobertas sobre o corpo, nas quais predominam o
vermelho e o branco.
A figura da jovem, dos soldados e das pessoas
apresenta-se de modo equilibrado. As cores são consideradas frias, poucas são
as que pertencem às classes primárias e secundárias e as mais predominantes
são: o vermelho (presente na capa da jovem principal, por parte nas suas nas
madeixas e nos trajes das pessoas), o branco (presente na cor dos pombos, em
algumas roupas e principalmente presente na neve caindo sobre o local) e o
marrom (presente no conjunto das roupas dos soldados e de algumas construções).
A
imagem nos revela um sentimento de angústia e curiosidade por parte das pessoas,
direcionada a figura central que se trata da jovem inerte, parcialmente despida,
apenas com um manto vermelho sobre os membros inferiores. Um dos pulsos da
jovem está amarrado a uma corda que logo em seguida parece ter sido cortada e o
outro pulso tem uma tonalidade púrpura, o que leva a acreditar que foi
torturada.
Muitas
pessoas parecem estar chegando ao local para vê-la. Suas feições estão
atormentadas, inquietas, curiosas e lastimáveis. Algumas parecem estar admiradas
com a quantidade de pombos na região que estão concentrados, principalmente, ao
redor da moça. Inclusive um garoto que parece estar chamando a atenção de um
senhor ao seu lado, o qual provavelmente é um parente próximo. O menino aponta
para o céu, aparentemente para um pombo voando sobre o local.
Algumas pessoas estão sussurrando uma nos
ouvidos das outras. Bem a frente da jovem está uma pessoa de joelhos com a
cabeça baixa e com uma coberta branca ocultando seu rosto. Suas mãos estão
postas unidas, aludindo o processo de oração e/ou
lamento pela morte que está sendo presenciada.
Para chegar ao local onde a moça se encontra
caída, as pessoas precisam subir em certos degraus e passar pelos soldados, que
estão em guarda, segurando por entre as mãos uma espécie de lança, aparentemente
protegendo a região e indiferentes a jovem que jaz ao chão, nos leva a defender
a ideia de que o local pertence a uma
corte, na qual deve ter provido o mandato de morte da moça.
Assinar:
Postagens (Atom)